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“Só sei que nada sei”

A frase “só sei que nada sei” atribuída ao grande filósofo grego Sócrates é um reconhecimento por parte do filósofo sobre, talvez, sua ignorância diante de algo. Até hoje, ainda há controvérsias no meio de estudiosos sobre se realmente Sócrates tenha dito a frase, mas o fato é que, independente do autor, a pequena frase atemporal nos ensina muito.

Aquele que julga já saber de tudo se sufocará com sua suposta exacerbada sapiência em algum dado momento. Essa condição se aplica a qualquer setor de nossas vidas, seja profissional ou pessoal. Ao longo de um dia, por exemplo, recebemos milhares de informações diretas de outras pessoas, dos meios de comunicação, documentos de trabalho, livros, sites, uma mensagem no WhatsApp, redes sociais, além de sermos o tempo todo impactados direta ou indiretamente com situações nas quais são expostas as habilidades comportamentais das pessoas, podendo haver abordagens completamente divergentes e opostas para um mesmo simples problema.

A grande questão está na forma de aceitação e processamento das informações que até ali não eram sabidas por nós ou, então, como lidamos diante de uma opinião contrária a nossa. Você recebe tranquilamente críticas construtivas? Assume publicamente que não conhece nada sobre determinado assunto? Diante de uma opinião que discorde, você tenta enxergá-la do ponto de vista alheio? Importa-se se pode ferir outras pessoas ao impor sua inflexível opinião? Se a maioria de suas respostas para essas questões foi NÃO, você é elegível ao grupo de pessoas que têm tornado o mundo muito chato.

Todos nós estamos em um exercício de evolução constante. Quando nos enxergamos como eternos aprendizes ao longo da vida, nos elevamos a uma humilde e inteligente condição de ser, muito nobremente adquirimos sabedoria, naturalmente evitamos grandes decepções, respeitamos e valorizamos a troca de conhecimento entre as pessoas e educadamente filtramos tudo que recebemos, assim como devemos filtrar tudo que passamos adiante.

A leveza de dizer “só sei que nada sei”, considerando seu amplo e complexo significado, não nos inferioriza intelectualmente, nem nos prende a paradigmas, mas, sim, nos traz a libertadora sensação de que podemos mudar, errar e acertar, sermos melhores como seres pensantes, mas acima de tudo, humanos.

(A Morte de Sócrates é uma pintura de 1787 do pintor francês Jacques-Louis David. Representa a cena de morte do filósofo, por ter sido contra as ideias dos atenienses e corromper a mente dos mais jovens.)

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